Contos Fluminenses – Machado de Assis
Título Original: Contos Fluminenses
Título Nacional: Contos Fluminenses
Autor: Machado de Assis
Lançamento: 1870
Direitos: Domínio Público
Formatos Disponíveis: PDF / ePub / MOBI
Nº Páginas: 249
Sinopse: Em “Contos Fluminenses”, a genialidade de Machado de Assis se desdobra em uma coletânea de narrativas que capturam a essência da sociedade carioca do século XIX. Com maestria literária, o autor explora temas como amor, política e injustiça social, oferecendo uma visão perspicaz da época. Os contos, marcados pelo estilo irônico e sagaz característico de Machado, são uma janela para a complexidade das relações humanas e um reflexo da genialidade que consagrou o escritor como um dos maiores da literatura brasileira.
Dentre os contos que compõem essa obra-prima, destaca-se a habilidade de Machado em criar personagens inesquecíveis e tramas envolventes. Cada narrativa é uma peça magistral que revela não apenas a mestria do autor na construção literária, mas também a sua aguda percepção da natureza humana. Em “Contos Fluminenses”, Machado de Assis oferece uma viagem única ao Rio de Janeiro do século XIX, apresentando uma narrativa que transcende o tempo e continua a encantar leitores contemporâneos. Junte-se a nós nesta exploração literária e descubra por que a genialidade de Machado de Assis ecoa através dos séculos.
Conheça os Contos do Livro:
I – Miss Dollar:
Ao devolver uma cadela galga perdida, chamada Miss Dollar, um médico se apaixona por sua dona. Mas não será fácil conquistar seu coração.
TRECHO: Amor repelido é amor multiplicado. Cada repulsa de Margarida aumentava a paixão de Mendonça.
II – Luís Soares
O jovem Luís Soares, que gostava de “trocar o dia pela noite”, dilapida a fortuna herdada do pai e então se lembra de contatar o tio (major Luís da Cunha Vilela), para ver se consegue herdar-lhe a fortuna. Mas esse tio cria uma sobrinha, Adelaide, e gostaria que Luís casasse com ela. Este prefere “a herança sem o casamento”. Uma carta do falecido pai da moça para ser lida dez anos após sua morte bota mais lenha na fogueira.
TRECHO: Lá fogos ardentes, meu rico sobrinho, são coisas que ficam bem em verso, e mesmo em prosa; mas na vida, que não é prosa nem verso, o casamento apenas exige certa conformidade de gênio, de educação e de estima.
III – A Mulher de Preto
O jovem médico Dr. Estevão Soares apaixona-se pela bela Magdalena, a misteriosa “mulher de preto” que havia visto no teatro Lírico, mas se verá ante a espinhosa tarefa de reconciliá-la com seu amigo, o deputado Meneses, que dela se separara (à moda antiga, sem divórcio formal) por uma suspeita de adultério, agora dirimida.
TRECHO: – Padre Luiz, uma menina que deixa as bonecas para ir decorar mecanicamente alguns livros mal escolhidos; que interrompe uma lição para ouvir contar uma cena de namoro; que em matéria de arte só conhece os figurinos parisienses; que deixa as calças para entrar no baile, e que antes de suspirar por um homem, examina-lhe a correção da gravata, e o apertado do botim; padre Luiz, esta menina pode vir a ser um esplêndido ornamento de salão e até uma fecunda mãe de família, mas nunca será uma mulher.
IV – O Segredo de Augusta
Um marido infiel (Vasconcelos), que dilapidou todo seu patrimônio, vê como única solução casar a filha com um amigo endinheirado (Gomes). A família se opõe. Um conto sobre a vaidade e egoísmo humanos.
TRECHO: Possuía uma boa fortuna e não trabalhava, isto é, trabalhava muito na destruição da referida fortuna, obra em que sua mulher colaborava conscienciosamente.
V – Confissões de Uma Viúva Moça
Uma mulher casada (Eugênia) é assediada por um homem que se diz perdidamente apaixonado (Emílio) e até se torna amigo do marido para melhor se aproximar dela e após muita insistência conquista seu coração. Mas quando ela enfim fica viúva e eles podem assumir seu amor abertamente, ele perde o interesse.
TRECHO: Era um crime, eu bem o via, bem o sentia; mas não sei qual era a minha fatalidade, qual era a minha natureza; eu achava nas delícias do crime desculpa ao meu erro, e procurava com isso legitimar a minha paixão.
VI – Linha Reta e Linha Curva
Conto mais longo do livro, constituído em grande parte de diálogos, como se fosse uma peça teatral. De fato, trata-se do reaproveitamento da peça As Forcas Caudinas que permaneceu inédita durante a vida do autor. O casal Adelaide e Azevedo, que vive em Petrópolis uma prolongada lua de mel, recebe a visita do amigo Tito que, devido a uma decepção amorosa no passado, decidiu nunca mais se apaixonar, pois “se não tenho os gozos íntimos do amor, não tenho nem os dissabores, nem os desenganos”. Mas a bela Emília, por quem um “velho de cinquenta anos” (Diogo Franco) está apaixonado, decide desafiar a resolução de Tito. Tudo termina num final surpreendente.
TRECHO: Não conhecer o amor é não conhecer a vida! Há nada igual à união de duas almas que se adoram? Desde que o amor entra no coração, tudo se transforma, tudo muda, a noite parece dia, a dor assemelha-se ao prazer…
VII – Frei Simão
Um frade beneditino (Simão), “de caráter taciturno e desconfiado”, com leves sintomas de alienação mental, morre aos 50 anos aparentando 38 e deixando anotações onde revela a decepção amorosa que o levou a ingressar, aos 30 anos, no convento: o amor por uma prima (Helena) que o pai mentirosamente disse ter morrido, durante uma viagem de negócios do filho, para evitar que se casassem.
TRECHO: Morro odiando a humanidade.
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